CIÊNCIA E DEUS



João Branco
Analista de Dados


Se há um mestre científico que nunca deixou de me espantar pela sua procura em estabelecer uma ligação entre a ciência e o transcendente foi, sem dúvida, Albert Einstein.

"Deus não joga aos dados", afirmou o físico alemão, referindo-se aos pressupostos da física quântica, que se baseia em conceitos não determinísticos como "probabilidade" e "aleatoriedade". Para Einstein, mesmo os fenómenos aparentemente sem causa visível tinham uma lógica subjacente, uma razão (ainda que inobservável) que os sustentava. Esta visão reflete a sua crença numa ordem universal, uma harmonia que transcende as limitações da perceção humana.

De facto, a ciência moderna demonstra que o nosso lugar no cosmos resulta de uma série de condições improváveis, mas não impossíveis. Entre as infinitas possibilidades do universo, "calhou-nos" existir num ponto específico, à distância exata do Sol para que a atmosfera da Terra se mantenha, a água seja abundante e a vida possa florescer. Embora a ciência nos permita explicar muitos destes fenómenos, a verdadeira beleza reside em questionar o porquê de serem assim e não de outra forma.

A ciência, com toda a sua precisão, reconhece a raridade de certos acontecimentos, como o famoso milagre do Sol em Fátima. Muitos questionam: "Se é um fenómeno tão raro, ainda que explicável, como se justifica que tenha ocorrido precisamente naquele dia, naquela hora e perante uma multidão reunida para o testemunhar, e não num outro momento qualquer, sem ninguém para o presenciar?". Para alguns, coincidências não existem.

Conta-se que, em jovem, Einstein terá dito ao seu professor, que tentava demonstrar que o ódio existe no mundo: "O frio não existe, apenas a ausência de calor. Da mesma forma, o ódio não existe, mas sim a ausência de amor". Esta citação das Leis da Termodinâmica constitui um exemplo poderoso e profundamente verdadeiro de como as nossas perceções de bem e mal podem ser vistas sob outra perspetiva. Na verdade, o "mal" evidenciado no Mundo é, muitas vezes, apenas a falta de amor.

Assim como Einstein, que se perdeu nos números e fórmulas que descrevem a vastidão do cosmos, também eu vejo nesta "harmonia" matemática uma forma de Deus se expressar. A sequência de Fibonacci, explicada nos livros de Matemática, é a mesma que se observa num girassol, num ananás ou numa pinha. São os números que nos permitem desmontar as leis da natureza e compreender os seus princípios fundamentais. No final, talvez seja isso que nos dá propósito: na tentativa de entender o inexplicável, procuramos decifrar as intenções de Deus e, assim, dar sentido à nossa existência. Por isso digo que Ciência e Deus não se opõem - pelo contrário, são conceitos que explicam de maneiras diferentes tudo o que há por esse Universo fora e que, num limite infinitesimal, se acabam por intersectar.

Se tudo fosse perfeitamente justificado e determinado nas nossas mentes, a vida perderia o seu encanto. São precisamente a incerteza e o esforço de interpretar as leis da Natureza que dão sabor à existência. Acreditar que tudo está interligado é, de certa forma, acreditar em Deus, porque Deus é ordem e causa, e esta presença, mesmo que subtil, encontra-se nas entrelinhas da realidade.
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