“Quando, nessa mesma tarde, absorvidos pela surpresa, permanecíamos pensativos,
a Jacinta, de vez emquando exclamava com entusiasmo: – Ai! que Senhora tão bonita
– Estou mesmo a ver – dizia-lhe eu. – Ainda vais dizer a alguém. – Não digo, não! –
respondia. – Está descansada.
No dia seguinte, quando seu irmão correu a dar-me a notícia de que ela o tinha dito, à
noite, em casa, a Jacinta escutou a acusação sem dizer nada. – Vês? Eu bem me parecia!
– disse-lhe eu.
– Eu tinha cá dentro uma coisa que não me deixava estar calada – respondeu, com as
lágrimas nos olhos.”
I de IV
“Que Senhora tão bonita!” A Jacinta não podia conter a sua alegria. É mais forte do que ela. É
uma alegria contagiante: “Se eu pudesse meter no coração de toda a gente o lume que tenho
cá dentro no peito a queimar-me e a fazer-me gostar tanto do Coração de Jesus e do Coração
de Maria!”
Já nada mais será igual na sua vida. Venha o que vier, suceda o que suceder, ela encontrou Deus
no Coração daquela Senhora tão bela e tão boa. Nunca mais terá medo, como dirá à sua prima:
“Vês?! Não devemos ter medo de nada! Aquela Senhora ajuda-nos sempre.
É tão nossa amiga!”
Aquele que ama a Deus, deseja ardentemente que os outros participem da mesma alegria.
E ainda que nem sempre saiba dizer bem o que viu e o que ouviu… ainda que tenha dificuldade
em encontrar as palavras certas… a Jacinta será a primeira apóstola de Fátima, profeta de
esperança num tempo de incerteza e de angústia.
Que a Jacinta nos ensine que não se pode ser cristão e viver na melancolia e na tristeza.
Que Santa Jacinta interceda por nós para que o Senhor nos conceda a graça de sermos suas
testemunhas na alegria!
Ir. Ângela de Fátima, asm