II. A LIBERDADE DO FRANCISCO

“Um dia encontramos um pequeno que trazia na mão um passarinho que tinha

apanhado. Cheio de pena, o Francisco prometeu-lhe dois vinténs, se o deitasse

a voar. O rapaz aceitou o contrato, mas, antes, queria o dinheiro na mão. O

Francisco voltou, então, a casa, da Lagoa da Carreira, que fica um pouco abaixo

da Cova da Iria, a buscar os dois vinténs, para dar liberdade ao prisioneiro.

Quando, depois, o viu voar, batia as palmas de contente e dizia: – Tem cautela!

não te tornem a apanhar.”

(Quarta Memória da Irmã Lúcia)

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Somos surpreendidos pela capacidade de amar do Francisco, marcada pela gratuidade:
para que aquele pássaro fosse livre, o Francisco aceita perder tudo: perder tempo, perder
dinheiro e até perder o pássaro…

De facto, a grande maravilha deste episódio é o coração do Francisco.

E o que nos encanta nem é tanto o seu amor pelo pássaro.

É, outrossim, a liberdade com que se relaciona com o que ama.

Não quer possuir nada, não quer ficar com nada para si. É a liberdade do seu coração que
devolve a liberdade ao pássaro.

Só um coração assim desprendido e humilde, pode ficar pleno de Deus. Só um coração
assim pode experimentar a verdadeira alegria, a alegria de nada ter e tudo possuir…

Ir. Ângela Coelho, asm

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