III Domingo da Quaresma

– O que torna o deserto bonito –
disse o principezinho –
é a existência de um poço escondido algures…

Antoine de Saint-Exupéry


Quaresma com Mensagem de Fátima

Neste III Domingo da Quaresma, a liturgia convida-nos a redescobrir, com o povo que caminha no
deserto, a nossa sede. Este é o tempo de reidratar as nossas relações, de tirar do mais fundo de nós
água viva e não águas antigas ou poluídas de indiferença, de ressentimento, ou de tantas outras
atitudes que nos dão uma falsa satisfação momentânea, mas nos deixam sempre mais sedentos. No
Evangelho, Jesus com a Samaritana e, ao mesmo tempo, com cada um de nós, senta-se à beira do
“poço” do nosso coração e fala-nos da sua sede, para nos recordar da nossa.

Na verdade, é deste desejo ardente de Deus por cada um de nós, que o Anjo, na segunda aparição, 
fala ao Francisco, à Jacinta e à Lúcia, também junto de um poço, o poço do Arneiro, dizendo: “os
Corações de Jesus e de Maria têm sobre vós desígnios de misericórdia”. Os pastorinhos ousam arriscar
uma troca de sedes: entregam-se generosamente aos desígnios de misericórdia de Deus, saciando-se
da certeza de “quem era Deus, como os amava e queria ser amado”. Que esta caminhada quaresmal
nos leve ao “poço escondido” onde se dá o encontro com Jesus e que aí descubramos toda a beleza
de vivermos para os outros como fontes de água viva, que consola, anima e dá vida.


Sílvia Rocha asm

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