“Em outra ocasião, fomos para a Lapa do Cabeço. Chegados aí, prostrámo-nos por terra,
a rezar as orações do Anjo. Passado algum tempo, a Jacinta ergue-se e chama por mim:
– Não vês tanta estrada, tantos caminhos e campos cheios de gente, a chorar com fome,
e não tem nada para comer? E o Santo Padre em uma Igreja, diante do Imaculado Coração
de Maria, a rezar? E tanta gente a rezar com Ele?”
III de IV
Para entendermos o mistério da Jacinta temos de dirigir o nosso olhar para onde ela dirige
o seu olhar…
E ela faz-nos ver o que via, o que secretamente lhe preenchia o olhar, o coração, os dias.
“Não vês? tanta gente a chorar com fome, e o Santo Padre a rezar, e o
Imaculado Coração de Maria?”
E comove-nos o seu coração compassivo e generoso. Era tão pequenina e capaz de tanto
amor… tinha, dentro de si, tanto espaço … cabiam lá todos as dores de todos os tempos…
Nós temos também lugar no seu coração…
Porque a Jacinta não desiste de ninguém: reza por todos, sacrifica-se por todos, oferece-se
por todos…
“E Jacinta não desiste de ninguém, porque é testemunha daquele que nunca desistiu de
ninguém” (Pedro Valinho Gomes).
Tanto nos pode ensinar esta menina…
Assim, hoje, a Jacinta, pergunta-me a mim, a ti: não vês o sofrimento ao teu lado, não
vês tantas solidão mesmo em membros da tua família…
Que Santa Jacinta interceda por nós para que o Senhor nos conceda a graça de termos
um coração sensível e cheio de compaixão para com os que sofrem.
Ir. Ângela de Fátima, asm