“O Francisco na sua doença, sofria com uma paciência heroica, sem nunca
deixar escapar um gemido, nem a mais leve queixa. Perguntei-lhe, um dia,
pouco antes dele morrer:
– Francisco, sofres muito?
– Sim; mas sofro tudo por amor de Nosso Senhor e de Nossa Senhora.
Um dia deu-me a corda e disse-me:
– Toma; leva-a, antes que minha mãe a veja. Agora já não sou capaz de a
ter à cinta.
Tomava tudo o que a mãe lhe levava e não cheguei a saber se alguma coisa
lhe repugnava.”
(Segunda Memória da Irmã Lúcia)
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Que expressão bonita, a da Lúcia: “não cheguei a saber se alguma coisa lhe repugnava.”
Dos três Pastorinhos, aquele de quem menos se sabe é precisamente o Francisco. Depois
das aparições do Anjo, Francisco tornou-se um amigo inseparável do Jesus-Escondido e,
por isso, gostava de se esconder… até da Jacinta e da Lúcia.
Aprendeu, nas inúmeras horas de adoração eucarística, a arte da pequenez, do não ser
protagonista mas ser instrumento. Assim, no “esconder-se até de si mesmo” o Francisco
mostra-nos o Jesus manso e humilde que o habita.
Por isso tinha uma paciência heroica na doença, tal como o seu Jesus escondido tivera um
amor extremo por nós, na sua paixão, quando ofereceu a sua vida por cada um.
Ir. Ângela Coelho, asm