Vivemos dias de júbilo. Dentro de poucos dias, a Ir. Ana Luísa Castro professará os seus Votos Perpétuos, na cidade onde nasceu, Guimarães.
Por detrás do “Sim” que professará no próximo dia 8 de dezembro, diante da sua comunidade, amigos, família, a Ir. Ana Luísa guarda uma história com o “querer de Deus”. Vale a pena ler, dando graças pelo dom da sua vida e entrega!
Deus afinal está ainda mais perto e talvez queira algo mais de mim.
Sou Aliada de Santa Maria desde 2008, mas a história da minha vocação começa muito antes.
Em criança tinha uma noção básica de quem era Deus; a minha mãe levava-me sempre à missa ao Domingo e preocupava-se em transmitir-me que Deus sempre nos acompanhava e tantas vezes essa Presença se fazia sentir das mais diversas maneiras! Fui crescendo com esta fé que, embora sem grande aprofundamento, ia sendo preenchida de pequenos momentos chave; um deles foi um pequeno livro sobre a Beata Jacinta que a minha avó me trouxe de Fátima, a partir dali comecei a rezar o terço todos os dias, por minha conta e risco.
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“…a partir dali
comecei a rezar o terço todos os dias,
por minha conta e risco.
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Entretanto a escola corria bem e o sonho de me tornar médica foi ganhando corpo até que no 12º ano surgiu-me uma ideia estranha: “e se eu fosse passar uns dias a um convento?”. Estive, então, uma semana num convento de Irmãs Carmelitas Descalças, onde a contemplação, o silêncio e a atmosfera orante e alegre daquele belo lugar marcou a minha vida. Saí de lá com uma outra visão de Deus: Deus afinal está ainda mais perto e talvez queira algo mais de mim.
|| “e se eu fosse
passar uns dias a um convento? ||
Aquela inquietação ficou ali nos bastidores da minha mente enquanto a minha vida se desenrolava de forma maravilhosa: entrei na Faculdade de Medicina do Porto! Mudar-me de Guimarães para o ambiente universitário do Porto significou uma nova independência que me deixava viver ao meu jeito. No entanto, se esta nova fase tinha tudo para ser ideal, não me preenchia e aquela experiência de Deus no Carmelo vinha recorrentemente ao de cima.
Tudo isso agravou-se num campo de férias onde fiz uma amizade inesperada com uma jovem muito diferente de mim que, alguns meses mais tarde viria entrar numa Congregação Religiosa. Comecei a ir visitá-la a Fátima e, naquela casa da Aliança de Santa Maria, descobri um lugar de muita intimidade com Deus e com Nossa Senhora e de uma alegria fraterna verdadeiramente tocante. A partir daí tudo se foi tornando mais claro. Completei o curso já com a decisão tomada de entrar na Congregação. Nesses últimos anos passados no Porto, em que tantas outras propostas foram surgindo, foi essencial o acompanhamento espiritual regular e a vida de oração, para ir fazendo um bom discernimento numa grande liberdade interior.
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“…tudo se foi tornando
mais claro
Para os meus pais foi doloroso pois, acresce à surpresa da decisão o facto de eu ser filha única, mas para mim, o dia da minha entrada em 2008, foi o início de uma vida que quer ser de entrega, pelas mãos de Nossa Senhora a quem aprendi a chamar Mãe. Na Aliança de Santa Maria descobri o lugar que Deus prepara em cada dia para mim, para com Ele e em comunidade levá-lo a toda a gente particularmente através da Mensagem de Fátima.
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Jornal Presente | Leiria-Fátima
24 de outubro de 2015