Memória da Irmã Marta Mendes, asm
Faz hoje um ano que a Irmã Marta Mendes partiu para a casa do Pai, na sequência de uma hemorragia cerebral, ocorrida no dia 13 de maio, durante a celebração eucarística, enquanto lia um texto da sua autoria sobre a Mensagem de Fátima.
Um ano após a sua morte, colhemos ainda os frutos da sua entrega radical ao Senhor. Recebemos, ainda hoje, graça sobre graça (Jo 1, 16), do testemunho da sua vida, do seu desejo de seguir o Amado do seu coração, da sua alegria e do seu amor à Virgem Maria, de quem aprendeu a ser mãe. Mas colhemos, igualmente, do mistério da sua morte, a falta e a saudade que a sua vida nos deixou.
-De onde é Vossemecê?- lhe perguntei.
-Sou do Céu.
(…)
-E eu também vou para o Céu?
(13 maio 1917, Memórias da Irmã Lúcia)
De um consagrado, poder-se-á dizer que é alguém que aponta para o Céu porque, pela profissão dos conselhos evangélicos, lembra ao mundo que um dia Cristo será tudo em todos (1 Cor 15, 28).
A Irmã Marta pôs-nos a olhar para o Céu. Unindo a sua voz à do salmista, aprendeu a cantar: Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá glória, pela tua misericórdia e fidelidade (Sl 115, 1). Consciente da sua pequenez e fragilidade, quis -nem mais, nem menos- dizer sim ao convite que Deus lhe fez: ser, no mundo, lembrança de que não temos aqui morada permanente (Heb 13, 14) e de que o Céu vale a pena.
No dia 17 de maio do ano passado, de forma misteriosa, a sua morte significou plenamente a sua vocação: dizer ao mundo que “quer vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor” (Rm 14, 8).
À semelhança dos Pastorinhos, por quem nutria um carinho tão especial, a Irmã Marta aprendeu a amar com inteireza e a ser dom sob o cuidado materno de Nossa Senhora, a quem chamava “Mãe”, e encontrou no seu Coração Imaculado, o refúgio e o caminho que a conduziria sempre até Deus.
Agradecemos ao Senhor a vida da Irmã Marta, unindo-nos a todos os seus familiares, amigos e conhecidos, no desejo de que a sua vida em Deus continue a apontar o Céu.