PALAVRA versus SILÊNCIO V
um poema a cada dia vinte e um.
21 de julho 2021
Temos necessidade de trazer à memória quem somos, o quanto já vivemos essa memória por vezes é tão redentora como vivida com ressentimento, assim dexemo-nos interpelar pelo tempo que nos é dado a viver, maravilhemo-nos com o tempo do nosso crescimento em Deus.
o Tempo
A memória bate, como pêndulo,
as coordenadas do tempo e do espaço
Passado, presente, futuro
Ontem, hoje, para sempre
Amanhece
Coração-peregrino
Que percorre desfiando
O processo da pergunta
E maravilhado
Num profundo mistério
Acolhe o tempo da resposta
Que sem decifrar – porque o mistério não se decifra
espera.
Entardece
Coração-atento
Enfrenta a pressa e a angústia
Exerce-se no tempo e na memória
E nele habita o desejo
De se transformar
em árvore frondosa
Que espera paciente
O tempo do seu fruto.
Anoitece
Coração-trespassado
Pela morte e pela vida
No caminho da Paz.
Voz de Sofia de Portugal
Poema de Sophie Alves, asm