Dia de Espiritualidade Quaresma

Olhares sobre o dia de espiritualidade da Quaresma | Luzeiros de Santa Maria

Chegado o tempo da Quaresma os Luzeiros de Santa Maria reuniram-se, uma vez mais, para viver o seu Dia de Espiritualidade, no qual puderam preparar, de um modo mais consciente, a sua vivência da Páscoa deste ano.

À semelhança dos anos anteriores, devido ao crescimento desta família dos Luzeiros de Santa Maria, este encontro decorreu separadamente para os Luzeiros da Zona Sul – no passado dia 17 de março, na Igreja paroquial de Nossa Senhora da Conceição (Olivais Sul), Lisboa, estando presentes 25 pessoas –, e para os Luzeiros da Zona Norte – no passado domingo, dia 24 de março, na Igreja Paroquial de Brito, Guimarães, estando presentes 140 pessoas.

“Do Êxodo à Páscoa”, foi o tema apresentado pela Ir. Sílvia Rocha asm, no qual a história do Êxodo do Povo de Israel foi apresentada a cada Luzeiro como um possível itinerário que o pode ajudar ao longo do seu caminho Quaresmal, uma vez que este é o relato da “primeira Quaresma”.

Esta reflexão fez todo o sentido para uma das participantes deste dia, Maria José Entrudo, do grupo dos Luzeiros de S. João da Lampas que, com um enorme sorriso, partilhou connosco como esta tarde foi, sem dúvida, uma tarde muito enriquecedora:

Voltar a lembrar os três P’s, isto é, os propósitos ‘poucos, pequenos e possíveis’, foi realmente algo muito importante. É necessário que nós, que habitualmente começamos sempre por querer fazer muito, não nos esqueçamos de que é começando pelo pouco que se pode fazer muito”, motivo pelo qual, nesta Quaresma, dará especial atenção ao essencial e não ao acessório, ao qual por vezes damos demasiada importância e no qual perdemos tanto tempo.

Este ano os Luzeiros de Santa Maria celebram 40 anos de existência e Maria José Entrudo diz que, apesar de apenas fazer parte dos Luzeiros há 3 anos, deseja celebrar esta data com muita alegria e, se possível, em comunidade.

Filomena Sousa, do Luzeiro dos Olivais desde março de 2016, conta-nos também:

“Nesta tarde vivi três momentos importantes como Luzeiro: 

A Adoração, que me fez parar para ouvir a voz que me fala no silêncio; a conferência, que me despertou para o fato de eu não caminhar sozinha, uma vez que o caminho faz-se apoiado pelos irmãos e em comunidade; e, por fim, o lanche, que foi, na verdade, fazer a experiência dessa comunidade.

Levo comigo deste encontro a certeza de que, apesar da minha fragilidade e infidelidade, Deus não me abandona, mas pede-me que eu saia do meu ‘Egipto’ para conseguir chegar à Terra Prometida. Tenho que me deixar desinstalar pela proposta de Deus e fazer caminho com Ele, sem medo. Levo também a certeza de que Jesus e sua Mãe caminham comigo. 

Embora ainda ‘nova’ como Luzeiro, sinto que faço parte de uma espiritualidade forte que me ajuda a centrar no essencial na minha vida concreta. Consciente destes 40 anos, sinto necessidade de aprofundar cada vez mais o que é ser Luzeiro.” 

Para António de Melo, do Luzeiro de São Martinho há 38 anos:

“Foi um dia especial pela Hora de Adoração bem como pela reflexão partilhada.

Levo para a Quaresma o convite à conversão, à mudança de vida, consciente de que esta é, em primeiro lugar, dom de Deus.

Olho para estes anos como um dom de Deus. Quando há tempos de crise e de ‘noite’ na história, Deus coloca diante de nós alguém que nos traz a luz, pelo rosto materno da Senhora de Fátima, e os Luzeiros são este acontecimento para nós.”

Elvira Meireles Pereira, do Luzeiro de Carvalhosa há 40 anos, testemunhou-nos que:

“Foi um dia muito importante para nos ajudar a viver a Quaresma. Para viver com mais amor, mais paciência… foi à raiz da nossa vida em exemplos muito concretos do nosso dia-a-dia. Nada me enche tanto como estar com o Senhor exposto. Toca-me vê-Lo assim, por mim, por nós…

Vivo muito como uma graça do Senhor estes 40 anos, muito feliz e fazendo os possíveis para viver, no meu dia-a-dia, o espírito dos Luzeiros. Tem sido uma graça imensa para a minha vida fazer parte deste grupo. Aceito tudo com gratidão.”

João Carvalho, do Luzeiro de Constance há 35 anos, partilhou:

“Este dia de espiritualidade foi uma preparação para a Páscoa, um caminho do qual levamos mais força e alegria para o grupo através da conferência da Irmã Sílvia, e da comparação que fez entre o caminho percorrido por Moisés e o Povo de Israel, e o modo como, também nós, podemos percorrer o nosso caminho. Também me marcou a oração e o exemplo de São Francisco Marto, que se retirava para rezar.

Quando era novo, entrei nos Luzeiros como numa brincadeira, mas agora já não consigo viver sem ser como Luzeiro. Agora, se desistisse, a minha vida perdia o sentido. Vale a pena lutar (perseverar) e andar aqui.”

Agora, já de regresso a suas casas, aos seus trabalhos, à sua comunidade, cada Luzeiro espera
de um modo mais consciente e de coração inteiro, a Páscoa do Senhor. Uma espera vigilante. Uma espera peregrina.

Ir. Bernardete de Oliveira, asm

Mais
artigos