a cada domingo do advento, uma música
para entrarmos com todos os sentidos
neste tempo de espera.
Neste primeiro domingo, sugestão de Ir. Sophie Alves, asm.
O Advento é um tempo de uma espera vigilante onde nos colocamos a caminho. Nele somos chamados a sair da comodidade tão instalada no nosso ser, para nos dirigirmos apressadamente ao encontro do Salvador.
A música – Magnificat – de Arvo Pärt estabelece connosco a sensação do sem tempo que se faz presente e se torna futuro.
O compasso livre traduz um ritmo próprio de um coração que ama, porque o amor não fixa um compasso, mas entrelaça-se na narrativa das vidas que lhe são dadas, todas elas diferentes.
A técnica tintinnabuli criada pelo autor em meados de 1970, transporta-nos para a beleza e seriedade com que pode ser cantado o Magnificat, trazendo-nos a mais sublime sensação de estar a mergulhar nas entranhas da criação que espera a encarnação.
Numa tonalidade apaixonada e vibrante a melodia onde as vozes se unificam, porque assim acontece nesta técnica, unifica-nos interiormente e remete-nos para o essencial – o amor criador do Pai que exalta os humildes. Parece-nos ouvir Isabel a acompanhar o Magnificat em segredo, um sussurro que acompanha a voz da Mãe do Salvador. Em última análise também nós enquanto criação nos unimos a esta voz suave e proclamamos…
Que este tempo de advento seja também ele um suave acompanhar a Mãe que espera a vinda do Salvador!
