A Jornada Mundial da Juventude acabou, mas a Luz destes dias permanece no coração daqueles que a viveram tão intensamente, testemunhas desta fé alegre e viva. Assim também foi com os jovens que embarcaram nesta Jornada tão bela com a nossa pastoral IGNIS.
Deixamos aqui a memória destes dias a partir do olhar de Rebeca Pereira, uma jovem de 19 anos, natural de Minas Gerais-Brasil, a viver em Fátima há três anos.
“Durante os dias 26 de julho a 31 de julho juntamo-nos alguns jovens em Fátima, para preparar o nosso coração para a Jornada numa semana STOP: uma semana de Serviço, Testemunho, Oração e Partilha. Depois partimos juntos e mais alguns para Lisboa, para viver de 1 a 6 de agosto a Jornada Mundial da Juventude com o grupo IGNIS.
Há muito que todos nós antecipávamos esse encontro dos jovens de todo o mundo com o papa. Nos vários encontros e momentos de preparação, diante de tantos testemunhos que ouvíamos, crescia em nós o desejo ardente de viver, com o coração inteiro e aberto, essa experiência tão única.
No entanto, o que acabámos por experienciar ultrapassou todos os anseios que levávamos connosco. Diante de nós encontramos o que só pode ser descrito como a Igreja viva e universal, onde verdadeiramente cabiam todos. Durante aqueles dias, ali nas ruas de Lisboa, já não haviam estrangeiros – éramos todos parte de um mesmo corpo peregrino. Como tão bem retratado na Via Sacra, cada um dos milhares de jovens presentes ali era chamado a abraçar sua cruz no caminho para o alto, na certeza de que não era preciso fazer esse caminho sozinhos.
Assistíamos constantemente o santo evangelho permeando a vida diante de nossos olhos, em tantos pequenos milagres que ocorriam ao nosso redor. Ali reunidos à volta da mesma mesa, era indescritível a alegria de pertencer a Cristo e de dar testemunho da Verdade, não apenas com palavras mas com a nossa juventude.
Cada um de nós respondia ao chamamento íntimo que Jesus infundia em nossos corações: “Levanta-te e segue-me”. Seguindo o exemplo de Maria, nossa Mãe, levantar e partir apressadamente, com coragem e confiança até ao outro, ansioso pela boa nova que tantas vezes, pelo comodismo, deixamos permanecer aprisionada em nós mesmos.
Juntamente com o Papa Francisco, recebíamos a missão de também sermos nós o sal desta terra. Nós jovens não só temos lugar na igreja, somos responsáveis por ela!
Diante de uma sociedade tão cética e individualista, que frisa incansavelmente a supremacia da economia face a vida e a dignidade humana, nós jovens, nesta JMJ, fomos também prova de como a igreja, apesar de suas crises, permanece viva e santa.
A imagem que fica em meu coração é esta – milhares e milhares de jovens, leigos, religiosos e religiosas, prostrados em silêncio diante da presença real de Jesus, e, fazendo como os pastorinhos de Fátima, ecoam um brado de fé destinado ao Pai que inevitavelmente se faz ouvir por todo o mundo:
“Meu Deus, nós cremos, adoramos, esperamos e amamo-vos”.”
Rebeca Pereira