As aparições | a par e passo | 13 outubro 1917

Continuamos com a nossa rubrica “A par e passo”.
Uma proposta para nos ajudar a entrar no coração de cada aparição da Mensagem de Fátima.

Para este mês de outubro trazemos uma reflexão, sobre a sexta aparição de Nossa Senhora aos três pastorinhos na Cova de Iria.
Deixemo-nos acompanhar pelas palavras da Ir. Verónica Sousa, que nos oferece uma leitura a partir de dentro e por dentro desta aparição.

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Queria pedir-Lhe para nos dizer Quem é

Ao longo da História, Nossa Senhora tem sido representada de muitas maneiras. Durante muitos séculos, foi representada acompanhada de Jesus S. José ou os seus pais. A partir dos sécs. XIV-XV, passou a ser amplamente representada sozinha.

Neste dia em que celebramos a aparição de Nossa Senhora aos Pastorinhos a 13 de Outubro, ocupa-nos uma pergunta: em Fátima, Nossa Senhora aparece, ou não, sozinha?

Nossa Senhora, na Cova da Iria, não aparece com o Menino nos braços. Todavia, há algo que traz consigo desde a primeira aparição: o seu rosário de luz. Voltemos à aparição de 13 de Maio: a Mãe trazia um terço na mão e, quando abriu as mãos, mostrou-lhes a essência do Rosário, que é a experiência de estar dentro da luz que é Deus, a filiação divina, enfim, o Céu! No dia 13 de Maio, Nossa Senhora dizia entrelinhas, sem usar palavras, que era a Senhora do Rosário e que o Rosário era uma porta para o Céu. E os terços que o Francisco, a Jacinta e a Lúcia rezaram foram o caminho para perceberem quem era e o que queria aquela Senhora tão bela que lhes aparecia.

No dia 13 de Outubro, finalmente, Ela própria o disse, como prometido: «Sou a Senhora do Rosário». Intimamente ligada a esta afirmação está a visão que os pastorinhos têm, nesse mesmo dia, quando a Mãe sobe ao céu: veem os mistérios gozosos, dolorosos e gloriosos. Na Sagrada Família, Nosso Senhor e Nossa Senhora das Dores e a Senhora do Carmo estão representados os mistérios do rosário que unem os mistérios da nossa vida à vida de Jesus, qual enxertia na única videira que é Jesus, fora do qual não damos fruto.

O milagre, a promessa e a memória

A aparição de 13 de Outubro é envolvida de uma luz especial. Ela é antecedida de uma promessa feita por Nossa Senhora a 13 de julho de 1917: «Em Outubro direi quem sou, o que quero e farei um milagre que todos hão-de ver, para acreditar».

13 de Outubro: O dia do milagre! O Sol bailou! O Sol, que é quem dita as horas, por ele nos orientamos, por ele ritmamos o nosso dia. Em Fátima, o sol baila dizendo que o fundamento a orientação e o ritmo da nossa vida há de bailar ao ritmo de Deus.

O Sol baila, o milagre acontece. A verdade é que milhares de pessoas veem o milagre, e muitas acreditam… mas nem todas acreditam. É que o milagre só é milagre por ser fruto da promessa e razão de esperança. Se não tivesse sido prometido, seria um mero acaso, e se não fosse um motivo de esperança, teria sido facilmente esquecido.

Assim, se da parte de Deus existe uma promessa, da nossa parte é necessária a memória. Porque aqueles que se habituam a fazer memória, esperam, e, esperando, reconhecem a mão providente de Deus, que age misteriosamente em favor daqueles que ama; aqueles que recordam a bondade de Deus são sensíveis à sua presença e nunca deixam de dar fruto.

Nesta aparição, tão importante como a memória é o memorial. A memória é a memória do passado e o memorial, a memória para o futuro. Por isso a Mãe, Senhora da memória, pede que se faça como se fazia no Antigo Testamento: erguer um altar, construir uma Capelinha. Assim teremos uma rocha firme para nos apoiarmos, um lugar para nos reunirmos em oração.

O último pedido

Por fim, voz da Senhora do Rosário fez-se ouvir para um último pedido: “Não ofendam mais a Deus nosso Senhor que já está muito ofendido”. Como quem diz: ponham os olhos n’Ele, porque quem verdadeiramente importa é Deus. A nossa vida só tem sentido quando confiamos nas promessas que Deus nos faz e pomos nelas toda a nossa esperança.

Verónica Sousa, asm

foto: Jonathan Borba | Unsplash

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