Francisco e Jacinta | O nosso espelho

Quem são este Santos nossos conterrâneos? Qual a intenção de vida de cada um? Quais as suas maiores preocupações? Crianças simples que foram dóceis aos pedidos da Mãe do Céu. A Jacinta vivia a fazer “como Nosso Senhor” e o Francisco, pensando “em Nosso Senhor”, consolava, animava e rezava a sós por todos.

Francisco | Dar alegria

Na verdade, só damos o que temos. Francisco fez, pelas mãos de Nossa Senhora, a experiência do Amor de Deus três vezes Santo. Reconhecendo o que Deus fez por ele, como o amava e desejava correspondência, Francisco passou o seu tempo a dar alegria a Jesus, fazendo-Lhe companhia na Igreja, evitando as más companhias e a mentira, para não ofender o Senhor.
Deu alegria a Nossa Senhora, rezando muitos terços, alegrando as companheiras e a todos os que a ele recorriam de diversas formas, inclusive a certeza da sua oração por cada um, tal como fez pela Jacinta, para que não tivesse medo de dizer a verdade.
Somos convidados a fazer o mesmo! Quanto do nosso tempo pode ser dedicado aos outros, aos que vivem connosco, aos companheiros de trabalho, com uma simples palavra de conforto ou meramente escutando e rezando! A oração diária é um bom itinerário no qual o Espírito Santo, que conduziu o Francisco, nos conduz até chegarmos à “plenitude do homem adulto” (cf. Ef 4, 13), o santo que Deus quer fazer em cada um, como filhos muito amados.
O Francisco convida-nos à contemplação, na oração e na ação, dando glória a Deus, louvando-O através da beleza. É urgente dar ao Senhor tempo e espaço para Ele poder falar e conduzir-nos.

Jacinta | Generosidade na entrega

Jacinta foi tocada pela generosidade do Mestre, o Senhor que Se entregou por cada um de nós sem medida, porque nos amou “até ao fim” (cf. Jo 13, 1). Jacinta ficara muito tocada com a história da salvação quando a Lúcia lhe contou como Jesus morrera na Cruz por amor, e à Sua semelhança, quer corresponder, fazendo o mesmo por todos os seus amigos – os pecadores.
Só um coração agradecido pelo bem recebido é capaz de fazer igual. Jacinta usa uma expressão que resume toda a sua vida, atitudes e desejos: “Faço como Nosso Senhor.” Efetivamente, de tudo o que podia Jacinta oferecia um ato de amor, e como Nossa Senhora lhes ensinara, diz muitas vezes: “Ó Jesus é por Vosso amor, pela conversão dos pecadores…”, sem se esquecer de rezar pelo Santo Padre.
À semelhança de Nosso Senhor, Jacinta não calcula quanto se dá em benefícios dos outros. Por isso, nenhum sacrifício, contrariedade, interrogatórios, ou coisas que não gostava, eram impedimento para ajudar muitas pessoas a experimentar a mesma alegria que é saborear o amor de Deus. O grande ponto de viragem na vida da Jacinta toca a dinâmica da confiança: de confiar em si mesma passou a confiar em Jesus e em Nossa Senhora e, naturalmente, a Eles confiava também todos aqueles que a ela recorriam.
Jacinta descobriu quão mais enriquecedor é viver em função de Deus e dos irmãos e não em função de si mesma e dos “seus botões”. Por isso, encarou a vida de uma forma diferente: ver cada situação difícil, não como mais um obstáculo intransponível, mas como uma oportunidade de crescimento na fé, na esperança e na caridade.
Como podemos aprender com estes exemplos de vida simples e ordinária como a nossa!
Deus pede-nos apenas o que é possível, pouco e acessível a cada um, como aconteceu com eles. Sejamos ousados e veremos as maravilhas a acontecer em nós e na vida de muitos. Lancemo-nos nesta “aventura de amor!”.

________
Ir. Céu Coelho, asm
4 de abril de 2024

Mais
artigos